ESCLEROSE MÚLTIPLA


» O que é a Esclerose Múltipla?

Trata-se de uma doença neurológica crónica, mais comum no adulto jovem, e que surge habitualmente na terceira década de vida, com o dobro da frequência no sexo feminino. A maioria dos casos é diagnosticada entre os 20 e os 50 anos, embora possa afetar pessoas com idades entre os 2 e os 75 anos.
 
Embora não seja uma doença fatal, é muito incapacitante, afetando de modo significativo todos os aspectos da vida dos pacientes.
 
Esta doença afeta o sistema nervoso central. As fibras nervosas das células do sistema nervoso estão revestidas por uma bainha chamada mielina que é essencial para que os estímulos sejam corretamente propagados. Na esclerose múltipla a mielina é destruída, impedindo-se assim uma adequada comunicação entre o cérebro e o corpo. Por outro lado, o processo inflamatório que ocorre nesta doença lesiona as próprias células nervosas, causando perda permanente de diversas funções, dependendo dos territórios afetados.
 
A evolução da esclerose múltipla é muito variável e impossível de prever. Como regra, existem quatro tipos:

- a forma recidivante-remitente, em que ocorrem ataques que duram dias a semanas, seguidos de uma recuperação;
- a forma secundariamente progressiva, na qual os défices se vão acumulando após cada ataque;
- a forma primariamente progressiva, que evolui desde o início sem separação entre ataques e períodos sem ataques;
- a forma remitente-progressiva, onde a doença progride de modo evidente desde o início mas onde podem ocorrer períodos livres de sintomas.

A primeira forma é a mais frequente.

Estima-se que, em Portugal, esta doença atinja cerca de 60 em cada 100.000 habitantes. À escala mundial estima-se que existam cerca de 2.500.000 pessoas com esclerose múltipla e em Portugal mais de 5.000.



» Causas

Não se conhece a causa exacta desta doença, mas admite-se que para ela podem contribuir diversos fatores de natureza genética, imunológica, viral, bacteriana, ambiental (dieta, toxinas industriais presentes no solo ou na água), níveis reduzidos de vitamina D, alergias, trauma físico, etc.
O tabagismo também tem sido apontado como factor causal potencial.
Contudo, não se trata de uma doença contagiosa nem de transmissão hereditária.

 

» Sintomas

Os primeiros sintomas podem ser de natureza sensitiva, como a perda de sensibilidade ou formigueiros que começam numa extremidade e se vão estendendo a todo o membro ao longo de 3 ou 4 dias. Esses sintomas podem durar 1 a 2 semanas e depois desaparecem de modo gradual.

A esclerose múltipla pode manifestar-se inicialmente de outras formas, sendo frequente a visão turva, a visão dupla, os défices motores, tremores, dificuldade na marcha, alterações do equilíbrio, dificuldades na fala, problemas de memória e de concentração, fadiga, ou mesmo paralisia e perda completa de visão.

Os sintomas estarão sempre dependentes das zonas do sistema nervoso onde ocorre a perda de mielina e a consequente incapacidade de transmissão dos estímulos nervosos.

Estes sintomas podem evoluir de diversas formas, conforme descrito acima, aparecendo e desaparecendo ou progredindo gradualmente.

A evolução para paralisia completa é rara, embora muitos pacientes venham a necessitar de auxílio na marcha, dada a presença de fadiga, fraqueza e desequilíbrio.

 

» Prevenção

Deixar de fumar, aumentar os níveis de vitamina D e evitar o contacto com tóxicos ambientais poderão ser passos significativos para a prevenção e para ter um estilo de vida e alimentação saudável.